domingo, 16 de setembro de 2012

A arrogância da oligarquia angolana



   A imprensa governamental de Luanda nunca se fez rogada nas críticas à real ou alegada conivência de políticos e jornalistas portugueses com inimigos do regime ou meros críticos do estado de coisas em Angola.

   Agora tem vindo a subir de tom nas críticas, enquanto por cá se faz de conta que não se passa nada.

   Mas passa e à medida que aumentam os investimentos angolanos em Portugal os círculos governamentais de Luanda exigem abertamente declarações indiscutíveis de apoio ao regime.

   Basta este exemplo.

   Um editorial do muito oficial Jornal de Angola denunciava a 6 de Março de 2011 ameaças reais à paz e estabilidade no país que marcha rumo à democracia e ao progresso.

("A Palavra do Director", de José Ribeiro pode ser lida aqui

    Lamentava o director José Ribeiro, condenando "os insaciáveis da desgraça", que nenhum país ocidental tivesse manifestado solidariedade ao governo de Luanda.

   Acusava um político do partido do governo de Lisboa de insultar o Presidente José Eduardo dos Santos e vaticinar a queda do presidente angolano.

  Deplorava o Jornal de Angola que ninguém na cena política portuguesa se tivesse demarcado e condenado graves incitações ao golpismo contra o governo de Luanda.

  Diz taxativo o jornal governamental que os angolanos são atacados e insultados. 

  Pior ainda: Portugal e outros países ocidentais que se dizem amigos, mergulham num silêncio sepulcral face a esta falta de respeito.

  Tudo um sinal de que há muita gente que não esconde estar preparada para aproveitar o menor sinal de fraqueza dos angolanos.

  Afinal muitos dos que se dizem amigos estão ansiosos pelo mais pequeno fracasso.

  Todo este arrazoado do director do Jornal de Angola por causa de apelos a uma manifestação em Luanda contra o governo.

  É claro como água que em Luanda se exige da parte do governo português, da oposição portuguesa, de todos os portugueses, declarações inabaláveis de apoio ao regime. Menos que isso é visto como um insulto.

 Está a claro a arrogância da elite que enriqueceu com os diamantes e o petróleo.  

TSF / O Mundo num Minuto
07 Março 2011

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