Nada top secret surge nas mais de 250 mil comunicações diplomáticas dos Estados Unidos que começaram a ser reveladas por Wikileads e por publicações europeias e norte-americanas.
Há, no entanto, informação muito relevante.
Basta assinalar os esforços da administração Bush e Obama para isolar o Irão e a relutância de Washington em aceder a insistentes apelos de Israel e de estados árabes para lançar um ataque militar contra Teerão.
Muitas das revelações vão criar sérios embaraços: é o caso da confirmação de que os Estados Unidos actuam militarmente contra terroristas islamitas no Iémen com acordo do governo local que sempre desmentiu apoio às operações norte-americanas.
E como é que tudo isto veio a público?
Porque depois dos atentados de 11 de Setembro foi alargado o sistema troca de dados entre as agências de informação e segurança dos Estados Unidos, forças armadas e o departamento de estado.
Presentemente, segundo um estudo do Congresso de Washington, mais de três milhões de pessoas têm assim acesso a material classificado como secreto.
Aparentemente um analista, um soldado de 22 anos, Bradley Manning, conseguiu fazer cópias de milhares de documentos sobre a guerra no Iraque, Afeganistão e estas comunicações diplomáticas e passou-as a Wikileaks.
O resultado está à vista: graves complicações diplomáticas que vão obrigar a rever procedimentos de comunicação e partilha de informações.
Já dizia o histórico chanceler alemão Otto von Bismarck nos finais do século 19 que não era nada bonito ver como são confeccionadas as salsichas ou negociada a feitura das leis.
Vale o mesmo para a diplomacia.
TSF / O Mundo num Minuto
03 Dezembro 2010
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