sábado, 8 de setembro de 2012

A Bulgária, seus espiões e diplomatas



   Os nossos parceiros da Bulgária na União Europeia têm em mãos um penoso problema diplomático.

   Tudo por causa de um anúncio feito esta semana em Sofia pela Comissão Oficial de Investigação das actividades dos serviços secretos durante o regime comunista.

   Revelou a Comissão que quase metade dos mais de 400 diplomatas ao serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros desde a queda do regime comunista em 1989 tinha ficha como agentes e colaboradores dos serviços secretos. 

   45 diplomatas colocados actualmente nas embaixadas búlgaras foram agentes e colaboradores dos serviços secretos, da Darzhavna Sigurnost.

   Entre eles contam-se o embaixador da Bulgária em Lisboa, Ivan Petrov Ivanov, tal como os seus colegas em Espanha, na Itália, na Alemanha, na Grécia, na Holanda, na Suécia ou ainda no Japão e na Rússia.

   As revelações dos arquivos da polícia secreta, que só foram abertos há quatro anos, cairam mal. Sobretudo entre os parceiros da União Europeia.

   Tinham péssima fama os serviços secretos búlgaros e esperava-se que com a entrada da Bulgária na União Europeia em 2007, já para não falar da adesão à Nato em 2004, os governos de Sofia tivessem pelo menos tido algum cuidado em afastar gente demasiado comprometida com o regime comunista.

  A divulgação da longa lista de agentes e colaboradores provocou ainda uma crise política em Sófia.

  O primeiro-ministro de centro-direita Boiko Barisov quer demitir todos os antigos agentes e colaboradores da polícia secreta comunista.

  O presidente socialista Georgi Parvanov admite analisar alguns casos, mas rejeita uma purga generalizada no serviço diplomático.

   A prazo a situação é insustentável para a diplomacia da Bulgária.

   Por enquanto, os antigos agentes e colaboradores dos serviços secretos búlgaros vão fazendo a sua vida por Lisboa, em Madrid, Roma ou Berlim.

TSF / O Mundo num Minuto

15 Dezembro 2010

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